ANA PAULA DA SILVA
• Compositora • Cantora • Violonista
R E M A N S O - S O L O
Release do álbum
Cantora, compositora e violonista Ana Paula da Silva lança álbum REMANSO em todas as plataformas digitais
O novo disco, da premiada artista catarinense, que acaba de receber os Prêmios, de Melhor Cantora e Autora do Sul do país pelo Prêmio Profissionais da Música, é o sétimo álbum da artista, mas o primeiro projeto solo, em voz e violão.
Música; recolhimento; escuta atenta; porção de água de rio cuja superfície parece estar (ou está) imóvel: essa é a denominação de REMANSO, novo álbum, da cantora e compositora Ana Paula da Silva, que acaba de ser liberado em todas as plataformas digitais, como Spotify, Deezer e Apple Music.
Ana Paula da Silva é uma das cantautoras mais potentes e uma das vozes mais promissoras do Brasil. Artista premiada, acaba de receber o Prêmio de Melhor Cantora e Autora do Sul do país pelo Prêmio Profissionais da Música (2023), e já recebeu o prêmio de Melhor Cantora Regional pelo Prêmio da Música Brasileira (2017). Bisneta de negros e de caboclos; tem em seu repertório tambores entrelaçados a melodias e ao corpo presente, sua música, suas interpretações e vida, contemplam a ancestralidade.
O disco contém 12 canções: Flor do Bueiro (Carlinhos Niehues); Jangada (Gregory Haertel/Ana Paula da Silva); Cantos do Escravos X (Domínio Público); Lavadeira (Natália Pereira/ Ana Paula da Silva); Pegando Fogo (Francisco Mattoso/José de Abreu); Corrida de Jangada (Edu lobo/Capinan); Indeciso Coração (João Bosco) ; Descabida (Vê Domingos/Ana Paula da Silva); Cru (Mauro Aguiar/Ana Paula da Silva); Canto negro (Ana Paula da Silva); Aos Pés da Cruz (Zé da Zilda/Marino Pinto); Orun Ayê (Tatiana Cobbett/Ana Paula da Silva);
O álbum conta com Ana Paula da Silva na voz, violão, arranjos, direção musical e produção; e participação especial da filha Clara Corrêa da Silva, na voz e sacolinha, na canção “Descabida”, e, percussão, na música “Lavadeira”. O disco foi gravado no estúdio The Magic Place, em Florianópolis (SC), com Renato Pimentel como engenheiro de som.
“A pandemia trouxe um silêncio, um retorno a nossa própria casa, um redescobrir-se e um reinventar-se tomou conta da vida de muitos artistas. A partir desse processo, iniciei a construção do álbum Remanso, meu primeiro disco solo, em voz e violão”, explica Ana Paula. “O disco conta com alguns arranjos para obras que pulsam profundamente na minha trajetória, como Corrida de Jangada (Edu Lobo/Capinan), e o samba, que virou balada, de Marino Pinto e Zé da Zilda, Aos Pés da Cruz. Como artista mulher, compositora, arranjadora, empreendedora, cantora, desafio-me cuidadosamente a buscar o novo, a música em mim, o que me toca por dentro!”, conclui a artista.
O projeto REMANSO é contemplado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (SIMDEC) - Mecenato Municipal de Joinville.
ANA PAULA DA SILVA
É compositora, instrumentista e cantora brasileira. De Joinville, Santa Catarina. Com 27 anos de carreira, lançou sete álbuns Remanso (2023); Raiz Forte (2016); Pé de Crioula (2010); Aos de Casa (2009), Contos em Cantos (2008), Por Causa do Samba (2006) e Canto Negro (2006); um DVD e um Songbook. Seu trabalho musical resultou em alguns prêmios nos últimos anos, como: Prêmio de Melhor Cantora e Autora, Região Sul, pelo Prêmio Profissionais da Música (2023), em Brasília (DF); Melhor Cantora Regional pelo Prêmio da Música Brasileira (2017)/Ano Ney Matogrosso, no Rio de Janeiro (RJ); e como Melhor Artista, no Prêmio Grão de Música, em São Paulo (SP). Além de realizar o trabalho artístico no Brasil e no exterior, há quase 20 anos, Ana Paula da Silva atua como diretora musical de trabalhos autorais e com produção artística. Seu mais recente projeto é como pesquisadora-compositora. É mestra pela Universidade Estadual de Santa Catarina na área de Processos Criativos é a autora do livro Alma na Voz e Mãos no Tambor, dedicado a práticas musicais da Baía da Babitonga, sua região de nascimento. Acompanhe as novidades pelo www.anapauladasilva.com
O QUE DIZEM
“É uma cantora, compositora e violonista da linha de frente da MPB – mesmo que assuma as particularidades culturais de sua terra, ultrapassa o rótulo redutor de regional”. Zero Hora Crítico Musical – Juarez Fonseca/RS.
“Ana é daqueles casos raros de talento nato, da força da natureza. Possui uma voz linda e domínio absoluto da afinação e do ritmo. Somado a isso, é intérprete intensa e compositora de gosto refinadíssimo”. (Mário Sève: Saxofonista, Compositor e Arranjador/RJ)
“...Ela tem a rara capacidade de deixar tudo que interpreta renovado, diferenciado, único. Há muito que ela se dedica a construir uma obra artístico-musical catarinense, de uma importância imensa para perenidade da cultura da nossa terra, sendo raiz profunda e sendo copa ampla, sendo aldeia e universal, sendo popular e sofisticada, simultaneamente.É íntegra como operária de uma arte maior e honesta, compromissada com a qualidade, pela sua resistência e resiliência admiráveis em não submeter-se aos apelos mercadológicos da indústria do entretenimento fácil, fugaz e rastaquera”. (Osmar Günther • Diletante e Entusiasta da música catarinense, Pesquisador Musical).
FICHA TÉCNICA
Álbum REMANSO
Voz, violão, arranjos, direção musical e produção: Ana Paula da Silva:
Participação especial, voz e sacolinha em Descabida e percussão em Lavadeira: Clara Corrêa da Silva
Engenheiro de Som: Renato Pimentel
Estúdio: The Magic Place (Florianópolis)
Fotos e mini-doc: Gabriel Bazt
Arte Gráfica Capa e Flyer (contrapartida): Robson Oliveira
Assessoria de imprensa: Nane Pereira Comunicação e Arte
Realizado por meio do Edital SIMDEC/Mecenato 2021.
Músicas do Álbum
1 - Flor do Bueiro (Carlinhos Niehues)
2 - Jangada (Gregory Haertel/AnaPaula da Silva)
3 - Canto dos Escravos X (Domínio Público)
4 - Lavadeira (Natália Pereira/Ana Paula da Silva)
feat. Clara C. da Silva • Percussão
5 - Pegando Fogo (Francisco Mattoso/Zequinha de Abreu)
6 - Corrida de Jangada (Edu Lobo/Capinan)
7 - Indeciso Coração (João Bosco)
8 - Descabida (Vê Domingos/Ana Paula da Silva)
feat. Clara C. da Silva • Percussão e Voz
9 - Cru (Mauro Aguiar/Ana Paula da Silva)
10 - Canto Negro (Ana Paula da Silva)
11 - Aos Pés da Cruz (Marino Pinto/Zé da Zilda)
12 - Orun Ayê (Tatiana Cobbett/Ana Paula da Silva)/Poema Remanso (Ana Paula da Silva)
Letras do álbum
F L O R D O B U E I R O
O Brasileiro como é que tu ta inteiro
Será que esse pandeiro milagroso (milagreiro) sempre dá
O teu pai nosso, o osso buco
O teu pão nosso, a cafeína, a proteína e o Ginseng do Pará
O Brasileiro, como é que do tiroteio
Teu escudo é teu anseio de viver sem se notar
Que uma turma de nanico, vem aí com o seu pinico
Pra afanar do novo rico um pouquinho de cará
E tão querendo zombar, e tão querendo capar
Essa gente que mora na lama imunda
e faz a vida fecundar
O brasileiro como é que do escanteio
Tua bola faz a curva pra mudar este placar
Se no caminho da fogueira
Já perdesse a tua chuteira
impedido na banheira, impedido de cantar
O brasileiro como é que desse bueiro
Nascem flores no canteiro se não há o que regar
Como é que podes esbanjar filosofia
Se no circo da utopia prepararam teu gulag
Salve salve brasileiro no papel de timoneiro
Capitão magro saveiro, já ganhasse o teu lugar
Se nesse barco que entra água e não afunda
É porque a lama imunda faz a vida fecundar
C A N T O D O S E S C R A V O S X
Ê Ê que foi a fonte
Ê Ê que foi a fonte
Senhora me disse
Que foi a fonte
Senhora me disse
Que foi a fonte
Com dois barris
Que foi a fonte
Com dois barris
Que foi a fonte
Senhora me disse
Com dois barris
P E G A N D O F O G O
Meu coração
Amanheceu pegando fogo, fogo, fogo
Foi uma morena
Que passou perto de mim
E que me deixou assim
Morena boa que passa
Com sua graça infernal
Mexendo com nossa raça
Deixando a gente até mal
Mande chamar o bombeiro
Pra esse fogo apagar
E se ele não vem ligeiro
Nem cinzas vai encontrar
I N D E C I S O C O R A Ç Ã O
Solidão e liberdade
Soledade uma paixão
Que adio sine die
Por ter não
Essa tal razão
Que vem com a idade
Que vem da felicidade
Que vem de outra ilusão
Doida vez por outra
Mesmo doida
Por não ter o que fazer
Com esse indeciso coração
Fico assim sem saber
Quem saber terá pra me dizer?
Pois a vida diz
Que não tem tempo
Que o amor é coisa de momento
É quando rola um turbilhão
Todo coração tem movimento
O que pra mim
Já é uma intenção
C R U
Cru
Ainda está cru
Nosso amor recém-nascido
E convém deixá-lo assim
No fogo lento do afeto
Até termos um teto, um chão
Cru
Ainda está cru
o nosso amor
refém do tempo
e convém deixá-lo ir
até onde quiser
até virar amor
por dentro.
Cru
Como o couro no curtume
Esperando a forma forte
Um lume
Um norte, a parte do artesão
Tesão!
Cru
Como a palavra solta
Esperando a frase feita
Pelo poeta sem meta
No leito da solidão.
A O S P É S D A C R U Z
Aos pés da santa cruz
Você se ajoelhou
Em nome de Jesus
Um grande amor, você jurou
Jurou mas não cumpriu
Fingiu e me enganou
Pra mim você mentiu,
pra Deus você pecou
O coração tem razão
Que a própria razão desconhece
Ele faz promessas e juras depois esquece
Seguindo este principio,
você também prometeu
Chegou até a jurar um grande amor
Mas depois esqueceu
J A N G A D A
O amor é uma jangada
Que dispensa timoneiro
Atravessa quedas d'água
O amor é uma jangada
Nas correntes de um riacho
Quando toca o solo encalha
Não se queixa de cansaço
Sem cuidado vai a pique
Só navega sem roteiro
Leva no seu corpo a história
De naufrágios e aguaceiros
Não espera cachoeiras
Mas se lança nos seus braços
Se afoga quando afunda
Sente falta do mormaço
O amor é uma jangada
Necessita de algum vento
Não se move sem ter clima
Em terreno lamacento
Quando encontra o rumo certo
Não se importa com tormentos
É levado pelas águas
Sob o olhar do firmamento
L A V A D E I R A
Eu vi a lavadeira
Ela subia o morro calma
Ela não lavava a roupa
Ela lavava a alma
De Joelho na pedra
Enxaguava a roupa
Água não vinha da cachoeira
Mas dos olhos da cabocla
Tinha o sol na moleira
O desgosto partira enxaguava sujeira
Que nenhuma água tira
Enquanto balança o seu andar
O sol se renova, sente que tudo valeu
Quando vejo profundo
A lavadeira era eu
C O R R I D A D E J A N G A D A
Meu Mestre deu a partida
É hora vamos embora
pros rumos do litoral vamos embora
Na volta eu venho ligeiro
Eu venho primeiro pra tomar teu coração
Viração virando vai
Olha o vento, e a embarcação
Minha jangada não é navio não
Não é vapor nem avião
Mas carrega tanto amor
dentro do seu coração
Sou meu mestre, meu proeiro
Sou segundo, sou primeiro
Olha a reta de chegar, Olha a reta de chegar
Mestre, proeiro, segundo primeiro,
Reta de chegar, reta de chegar
Meu barco é procissão
Minha terra é minha igreja
Minha noiva é meu rosário
No seu corpo vou rezar
Minha noiva e meu rosário
No seu corpo vou rezar
D E S C A B I D A
A quem caberá dizer a melhor maneira de se viver?
E quem saberá guiar por onde se passar nesse mar
E quem poderá prever a manhã faceira a nos tecer?
No tanto de vida há, nas ondas que chegam sem avisar
Quem tem a manha pra cada amanhecer
vai saber, vai saber?
Quem tem as senhas da alma
a regra da calma, o curso do ser?
Quem tem a reza pra cada anoitecer
da pra crer, da pra crer?
Quem tem os sonhos do mundo
o raso e fundo de todo querer?
Quem tem as cores que veste o entardecer,
dia sim dia não!
Quem tem os rumos da vida,
entrada e saída do céu e do chão?
De cada coração quem tem
a estrela que crava a imensidão?
Quem tem os mapas da arte
que tudo reparte e peita a razão?
A medida exata, sabe lá se cabe sim
A certeza mata, e sua bala é de festim
C A N T O N E G R O
Negro sofreu de dor
Negro sofreu sem poder dar o amor
Mas onde está,
aquela velha verdade de amar?
Sem saber, o que é viver
Sem saber, o que é sonhar
Mas hoje quando se canta
É pra saudar
Salve Oxóssi das matas
com sua flecha a nos salvar
Sou filha do caçador
luto com a minha força
pra cantar
quem não pode com o feitiço
não carrega patuá
Salve o amor
Salve a amizade
Salve a força do axé
Salve toda a natureza
Salve o povo que tem fé
Quem não tem força balança
e rema contra a maré
quem não tem força balança
e rema contra a maré
O R U N A Y Ê
Ayê Obá
Orun Ayê Ayê, yê yê yê
Ayê Obá, Orun Ayê
Essa beleza, nos tonteia,
Nos mareia, nos da fé
É que a vida é atrevida
Se valida do que é
Se você dela duvida,
Ela revida, pode crer
Só você demanda em sua vida
Vida sabe que é você
Ela em todo mundo chega
Só se encolhe se morrer
Incertezas decisivas
Comitiva solidão
Letristas do álbum
Mauro Aguiar
Gregory Haertel
• JANGADA
• CRU
Natália Pereira
• LAVADEIRA
Tatiana Cobbett
• ORUN AYÊ
Vê Domingos
• DESCABIDA
Ficha Técnica
RENATO PIMENTEL
• ENGENHEIRO DE SOM
LÉO GUEDES
• ASSISTENTE DE ÁUDIO
CLARA C. DA SILVA
• PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Vê Domingos
Gregory Haertel
• JANGADA
• DESCABIDA
NANE PEREIRA
ROBSON OLIVEIRA
GABRIEL BAZT
• ASSESSORIA DE IMPRENSA
• DESIGN GRÁFICO CAPA
• AUDIOVISUAL E FOTOS